A escassez de leitos hospitalares configura-se como um desafio global, expressando-se
pela superlotação dos serviços de saúde, decorrente do desequilíbrio entre a elevada
demanda assistencial e a limitada oferta de vagas, o que compromete o fluxo hospitalar e
resulta na retenção de pacientes, especialmente nas unidades de urgência e emergência.
Esse cenário é intensificado por fatores como a transição demográfica, a tripla carga de
doenças e a redução progressiva do número de leitos, exigindo das instituições hospitalares
a reorganização de seus modelos de gestão. Nesse contexto, a gestão de leitos emerge
como estratégia essencial, na qual o enfermeiro assume papel central ao articular
competências clínicas, assistenciais e gerenciais. Objetivo: Analisar, na literatura científica,
a atuação do enfermeiro no gerenciamento de leitos hospitalares, identificando desafios e
estratégias para a otimização da assistência. Método: Revisão integrativa da literatura,
conduzida conforme as etapas propostas por Mendes, Silveira e Galvão (2019), com buscas
nas bases BVS, PubMed e SciELO, em setembro de 2025. Foram incluídos artigos
publicados entre 2020 e 2025, em português, inglês e espanhol, totalizando 11 estudos.
Resultados: Evidenciou-se que o enfermeiro desempenha função estratégica no
gerenciamento de leitos, integrando decisões clínicas e gerenciais. Os principais desafios
envolveram limitações estruturais e fragilidades processuais, como gargalos no fluxo de
altas e falhas na comunicação interprofissional. As estratégias identificadas incluíram a
implantação de Núcleos Internos de Regulação, o uso de tecnologias digitais e a adoção
de modelos inovadores de gestão. Conclusão: O protagonismo do enfermeiro é
fundamental para a eficiência do gerenciamento de leitos, sendo imprescindível o
investimento institucional em sua atuação para garantir um cuidado seguro, resolutivo e
centrado no paciente.