A vaquejada, prática cultural amplamente difundida no Nordeste brasileiro, destaca-se por sua
importância social e econômica, movimentando setores como turismo rural e serviços veterinários. Com o crescimento da modalidade, intensificaram-se os debates sobre o bem-estar dos animais envolvidos, especialmente os equinos. A evolução do conceito de bem-estar animal, que atualmente engloba aspectos fisiológicos, emocionais e comportamentais, impulsionou a criação de normativas específicas pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) e pela Associação Brasileira de Vaquejada (ABVAQ), visando assegurar condições adequadas durante a atividade esportiva. Neste contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar as práticas de bem-estar animal em equinos utilizados em três vaquejadas realizadas no estado de Alagoas entre agosto e setembro de 2025. A análise incluiu infraestrutura dos eventos, manejo, transporte, interação entre tratadores e animais, presença de fiscais e condições físicas dos equinos após as provas. As observações ocorreram nos municípios de Pilar, Boca da Mata e São Miguel dos Campos, sendo os dados organizados em tabelas descritivas. Os resultados indicaram que todas as vaquejadas atendiam às exigências mínimas das normativas vigentes, oferecendo água potável, áreas de descanso, pistas adequadas e espaços de manejo compatíveis com boas práticas. O transporte dos animais foi realizado em veículos apropriados e a fiscalização esteve presente em todas as competições. Não foram observados sinais clínicos significativos de estresse ou exaustão nos equinos avaliados. Apesar das limitações relacionadas ao número de animais e ao período de observação, conclui-se que, quando devidamente planejada e fiscalizada, a vaquejada pode ser conduzida de maneira alinhada aos princípios modernos de bem-estar animal, contribuindo para o aperfeiçoamento contínuo da atividade.