O transporte fluvial de bovinos é uma prática comum no Oeste do Pará, onde os rios constituem as principais vias de acesso às áreas de produção pecuária entre terra firme e várzea. Portanto, objetivou-se avaliar os impactos do transporte fluvial no bem-estar de bovinos transportados por curta distância no Baixo Amazonas, Pará, Brasil. Foram utilizados 30 bovinos anelorados, fêmeas, com idade entre 36 e 44 meses e peso médio de 385±80 kg. O transporte foi realizado no percurso de 32 km, em balsa. Foram mensuradas no embarque e desembarque a frequência respiratória (FR) e temperatura retal (TR), bem como a coleta de sangue para a realização das análises hematológicas e dosagem de glicose. Durante o transporte foram mensurados o comportamento e a FR. Foram coletados a temperatura do ar (TA °C), umidade relativa (UR %) e velocidade do vento (VV m/s). Os dados foram avaliados a 5% de significância. A TA iniciou o período em 32 °C, mantendo-se relativamente estável até aproximadamente 14:45h, quando variava entre 31,1 °C e 32,7 °C. Houve diferença entre a FR durante o embarque, transporte e desembarque (p = 0,0001). A maior média ocorreu no desembarque com 42,26 mpm, seguido do embarque com 36,86 mpm. Houve diferença na TR entre o embarque e o desembarque (p = 0,0000006). Sendo maior no desmarque (39,77 °C). Houve diferença entre os comportamentos entre o OP (82%) e a RP (18%), com maior quantidade de animais em ócio (p<0,05). Nos primeiros minutos, a proporção de ócio em pé diminuiu gradualmente, enquanto a ruminação aumentou nos períodos finais. Observou-se ainda que o processo de ruminação apresentou redução após as 14h05. Houve diferença para os segmentados (0,0271), eosinófilos (0,0007) e monócitos (0,00001). A análise dos níveis de glicose nos bovinos, realizada antes do embarque e após o desembarque do transporte fluvial, não apresentou diferença entre os dois momentos (p>0,05). Conclui-se que o transporte fluvial ocasionou estresse agudo moderado.