A anquiloglossia, popularmente conhecida como “língua presa”, é uma malformação congênita que pode comprometer funções essenciais, como a amamentação, a deglutição e a fala, afetando diretamente o desenvolvimento infantil. A frenectomia lingual constitui o tratamento mais indicado para essa condição, sendo tradicionalmente realizada por meio da técnica convencional com bisturi. Entretanto, tal abordagem apresenta desvantagens, como dor, sangramento, necessidade de sutura e recuperação prolongada, o que pode representar uma experiência traumática para crianças. Nesse contexto, a laserterapia surge como alternativa inovadora, menos invasiva e mais humanizada, alinhada às demandas da odontopediatria contemporânea. O objetivo deste trabalho foi analisar, por meio de uma revisão de literatura, os benefícios da aplicação da laserterapia na frenectomia pediátrica, destacando suas implicações clínicas, funcionais e psicossociais. Para isso, foram selecionados artigos publicados entre 2019 e 2024, disponíveis em bases de dados nacionais e internacionais, priorizando estudos que abordassem diretamente o uso do laser em crianças com anquiloglossia. Os resultados evidenciaram que a frenectomia a laser proporciona vantagens clínicas importantes, como menor tempo cirúrgico, ausência de sangramento, redução do uso de anestesia e eliminação de suturas, fatores que favorecem uma recuperação mais rápida e menos dolorosa. Além disso, os estudos apontaram benefícios funcionais, como melhora na eficiência da sucção e impacto positivo no desenvolvimento da fala, e vantagens psicossociais, relacionadas à redução do medo e da ansiedade durante o atendimento odontológico. Conclui-se que a laserterapia representa uma alternativa segura e eficaz para o tratamento da anquiloglossia em crianças, oferecendo ganhos clínicos e humanizados quando comparada à técnica convencional. Contudo, ainda existem desafios, como a necessidade de maior padronização dos protocolos clínicos, capacitação profissional e ampliação do acesso à tecnologia, especialmente em serviços públicos de saúde.