Introdução: O processamento da polpa de açaí gera grande volume de caroços, que podem ser
convertidos em biomassa sólida renovável, reduzindo passivos ambientais e substituindo combustíveis
fósseis. Objetivo: Nesse sentido, o presente estudo busca evidenciar o potencial energético do caroço
de açaí (Euterpe oleracea) como biomassa sólida. Método: Para tanto, realizar-se-á uma pesquisa se
revisão bibliográfica de abordagem qualitativa realizada entre 2020–2025 por meio das bases Scopus,
Web of Science, SciELO, ScienceDirect e Google Acadêmico, contando com triagem em duas etapas
(títulos/resumos e texto completo) e síntese temática de propriedades da semente do açaí. Resultados:
A revisão identificou que o caroço de açaí apresenta Poder Calorífico Superior (PCS)
predominantemente na faixa de 19,7 a 21,1 MJ·kg⁻¹ e Poder Calorífico Inferior (PCI) em torno de 16,5
MJ·kg⁻¹, valores compatíveis ou superiores aos de outras biomassas lignocelulósicas. A composição
imediata típica reúne teores de voláteis entre 60–70%, carbono fixo entre 26–38% e cinzas geralmente
entre 1–2,7%, indicando boa aptidão à ignição, queima sustentada e baixa carga de material inerte.
Discussão: Os resultados convergem em demonstrar que o caroço de açaí possui perfil energético
com benefícios, sustentado por alto teor de carbono, baixo teor de enxofre e nitrogênio e matriz
lignocelulósica típica, o que o posiciona como combustível sólido competitivo para combustão, pirólise
e gaseificação, no entanto, a viabilidade prática desse uso é condicionada à superação de limitações
relacionadas à alta umidade inicial, aos efeitos negativos da estocagem, à composição das cinzas e às
barreiras logísticas e tecnológicas ao aproveitamento em larga escala. Conclusão: Assim, o caroço de
açaí se destaca como alternativa promissora à substituição parcial de combustíveis fósseis.