O aumento significativo da longevidade no Brasil tem imposto novos desafios ao sistema de saúde, com a ampliação das demandas por cuidados contínuos, humanizados, resolutivos e adaptados às especificidades do envelhecimento, sobretudo no ambiente domiciliar. Nesse cenário, a enfermagem emerge como área estratégica, sendo o enfermeiro o principal agente na promoção da autonomia, na manutenção da funcionalidade e na preservação da dignidade da pessoa idosa, por meio da articulação de ações técnico-clínicas, educativas e organizacionais. Objetivo: analisar os cuidados assistenciais prestados por enfermeiros no domicílio, com foco na promoção da autonomia, nos desafios enfrentados e nas possibilidades de intervenção. Método: realizou-se uma revisão integrativa da literatura com abordagem qualitativa, descritiva e exploratória, abrangendo publicações científicas indexadas entre 2008 e 2024, com exclusão de obras de caráter meramente normativo ou teórico. Resultados: a análise evidenciou três eixos fundamentais da prática de enfermagem domiciliar: o técnico-clínico, relacionado à elaboração de diagnósticos, procedimentos seguros e medidas de biossegurança; o educativo, voltado à promoção do autocuidado, da funcionalidade e ao apoio familiar; e o organizacional, que envolve a articulação com políticas públicas, a criação de vínculos com o idoso e a integração intersetorial. A eficácia dessas ações está diretamente associada à escuta qualificada, ao acompanhamento contínuo e à coordenação das redes de cuidado. Conclusão: o cuidado domiciliar ao idoso requer preparo técnico, sensibilidade relacional e suporte institucional. A atuação planejada do enfermeiro fortalece a autonomia, previne agravos e contribui para uma velhice mais ativa, segura e digna no ambiente familiar.