Introdução: O puerpério remoto, entre o 46º dia pós-parto e o retorno dos ciclos menstruais,
apresenta alterações persistentes no assoalho pélvico, podendo causar incontinência urinária,
prolapsos, dor pélvica e impacto na qualidade de vida. Apesar de sua relevância clínica, esse
período é pouco explorado, e a fisioterapia frequentemente se concentra nos primeiros meses
pós-parto. Objetivo: Analisar a contribuição da fisioterapia na reabilitação do assoalho pélvico
no puerpério remoto, identificando disfunções, técnicas utilizadas e impactos na funcionalidade
e qualidade de vida. Métodos: Revisão de literatura nas bases PubMed/MEDLINE, SciELO,
PEDro e LILACS (2020–2025), incluindo artigos originais e revisões de literatura sobre
intervenções fisioterapêuticas no puerpério remoto. Os dados foram organizados em tabelas e
analisados de forma descritiva, considerando técnicas, desfechos clínicos e resultados.
Resultados: Intervenções como o Treinamento dos Músculos do Assoalho Pélvico e programas
domiciliares monitorados promovem fortalecimento muscular, melhora da continência urinária,
da função sexual e do suporte pélvico. Técnicas complementares, como biofeedback,
acupuntura e orientação sensorial, potencializam os efeitos do treinamento, especialmente em
mulheres com padrões de contração inadequados ou redução da propriocepção perineal.
Conclusão: A fisioterapia é segura e eficaz no puerpério remoto, favorecendo a restauração
funcional do assoalho pélvico e prevenindo a cronificação de disfunções uroginecológicas,
como incontinência urinária e fecal, prolapsos de órgãos pélvicos, dor pélvica crônica e
disfunções sexuais. Os achados reforçam a importância de atenção prolongada à saúde da
mulher, integração multiprofissional e desenvolvimento de protocolos clínicos e programas
educativos voltados para o cuidado contínuo neste período.