A urolitíase é uma das doenças urológicas mais prevalentes no mundo, com tendência crescente associada a fatores metabólicos, ambientais e demográficos. No Brasil, seu impacto pode ser avaliado pelas internações registradas no Sistema Único de Saúde (SUS), que permitem traçar um panorama epidemiológico recente da doença. Este estudo teve como objetivo analisar a evolução temporal das internações por urolitíase no Brasil entre 2015 e 2024, considerando sexo, faixa etária e região geográfica. Trata-se de um estudo observacional, descritivo, retrospectivo e quantitativo, realizado a partir de dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), incluindo todas as internações hospitalares com diagnóstico principal de urolitíase (CID-10 N20–N23) no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2024. No total, foram registradas 916.074 internações, com crescimento progressivo até 2019 (89.490 casos), queda em 2020 durante a pandemia de COVID-19 (78.175) e retomada acelerada nos anos seguintes, atingindo o maior patamar em 2024 (133.967). A distribuição entre os sexos foi equilibrada, com 462.592 casos em homens e 453.482 em mulheres. Quanto à idade, predominou entre adultos de 20 a 59 anos, embora casos também tenham sido registrados em crianças, adolescentes e idosos. Regionalmente, o Sudeste concentrou quase metade das internações, seguido por Sul e Nordeste, enquanto o Norte apresentou os menores números absolutos, mas com tendência de crescimento nos anos finais da série. Os achados evidenciam que a urolitíase manteve trajetória de expansão no número de casos registrados no Brasil, com impacto relevante em todas as regiões e faixas etárias, reforçando a necessidade de políticas públicas integradas de prevenção e manejo.