A assistência neonatal qualificada é essencial para garantir um início de vida saudável aos recém-nascidos, especialmente àqueles em situação de risco, como prematuros e recém-nascidos de baixo peso. Neste contexto, a atuação da enfermagem torna-se fundamental para assegurar a estabilidade clínica, prevenir complicações e promover o desenvolvimento integral do neonato. Este trabalho tem como objetivo analisar, por meio de uma revisão integrativa da literatura, a importância das intervenções de enfermagem na assistência neonatal, destacando as principais práticas descritas nos últimos onze anos (2013 a 2024). Foram selecionados artigos científicos nas bases SciELO, PubMed e LILACS, a partir dos descritores “enfermagem neonatal”, “cuidados do recém-nascido”, “intervenções de enfermagem”, “saúde neonatal” e “desenvolvimento infantil”.
A análise evidenciou que intervenções como monitoramento contínuo dos sinais vitais, cuidados preventivos (como a higienização do coto umbilical), manejo clínico em UTIN, humanização do cuidado e educação em saúde voltada à família são determinantes para melhorar os desfechos clínicos e reduzir a mortalidade neonatal. Além disso, a prática de métodos humanizados, como o Método Canguru, fortalece o vínculo familiar, favorecendo o desenvolvimento neuropsicomotor e reduzindo reinternações. Os achados também demonstram que a qualificação profissional da equipe de enfermagem e a adoção de protocolos baseados em evidências são essenciais para padronizar e garantir a qualidade do cuidado.
Contudo, o estudo identificou desafios relevantes, como a sobrecarga de trabalho, a escassez de recursos materiais e a inexistência ou fragilidade de diretrizes institucionais em algumas unidades neonatais, o que pode comprometer a efetividade das intervenções. Diante disso, destaca-se a necessidade de políticas públicas que assegurem infraestrutura adequada, valorização profissional e capacitação contínua das equipes de enfermagem.
Conclui-se que as intervenções de enfermagem na assistência neonatal são práticas indispensáveis para garantir um cuidado seguro, eficaz e humanizado aos recém-nascidos, com impacto direto na redução da mortalidade infantil e na promoção da saúde neonatal. Investir na estruturação das unidades de saúde e na formação de profissionais preparados é um passo essencial para o fortalecimento da atenção neonatal no Brasil.