O presente estudo teve como objetivo analisar as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com
depressão no reconhecimento de seus direitos perante a Previdência Social, com foco na concessão
de benefícios como o Benefício por Incapacidade Temporária e a Aposentadoria por Incapacidade
Permanente. A pesquisa visou entender os principais obstáculos no processo de solicitação, as
barreiras sociais e as falhas nos critérios adotados pelo INSS para avaliação da depressão. A
pesquisa foi de natureza bibliográfica, qualitativa e exploratória. Foram analisados artigos
acadêmicos, legislações pertinentes, normativas do INSS, além de casos documentados de
segurados que buscaram benefícios devido à depressão. A análise incluiu o estudo da atuação dos
peritos médicos do INSS, investigando as dificuldades nas perícias médicas e a forma como a
depressão é considerada durante o processo de concessão de benefícios. O estudo revelou que as
dificuldades mais significativas para o reconhecimento dos direitos das pessoas com depressão
estão relacionadas à falta de compreensão da doença por parte dos peritos médicos, que
frequentemente não reconhecem a intensidade da condição. A depressão, apesar de ser uma das
doenças mentais mais prevalentes, apresenta sintomas muitas vezes invisíveis, o que torna sua
avaliação complexa. Além disso, a pesquisa identificou o estigma social associado às doenças
mentais, o que leva a um julgamento preconceituoso e, muitas vezes, à minimização do impacto da
depressão na capacidade de trabalho do segurado. As exigências burocráticas para comprovar a
incapacidade laborativa também foram apontadas como um grande obstáculo, agravando a situação
daqueles que realmente necessitam de algum auxílio. Conclui-se que, apesar da previsão legal de
direitos para as pessoas com depressão, o processo de concessão de benefícios previdenciários
ainda enfrenta obstáculos substanciais. A metodologia utilizada permitiu compreender que a falta
de capacitação dos peritos médicos, o estigma social e a complexidade de comprovar a
incapacidade laboral são fatores determinantes para a exclusão dessas pessoas do sistema de
benefícios. Dessa forma, é necessária a implementação de políticas públicas mais inclusivas e uma
capacitação adequada para os profissionais do INSS, com o objetivo de garantir uma análise mais
justa e precisa dos casos. Além disso, a conscientização social sobre as doenças mentais é
fundamental para reduzir o preconceito e assegurar que os direitos dos segurados sejam
efetivamente reconhecidos