A Doença de Parkinson é classificada como um distúrbio neurodegenerativo crônico e progressivo, de causa multifatorial. O Parkinson é um dos transtornos mais comuns dentro os distúrbios neurológicos, e com o envelhecimento da população, a incidência e a prevalência da doença são crescentes. Clinicamente, caracteriza-se por sintomatologia heterogênea, e com frequência o paciente apresenta tremor de repouso, bradicinesia e rigidez postural. Com a progressão da doença, o paciente tem perda de autonomia, afetando diretamente a sua qualidade de vida. A levodopa, um precursor da dopamina, é o fármaco mais utilizado para o tratamento sintomático da doença. No entanto, apresenta efeitos colaterais tardios. Em virtude disso, pesquisas que buscam inovação terapêutica têm sido realizadas. A creatina monohidratada é um suplemento alimentar que tem sido utilizado para melhorar o desempenho de atletas. A creatina é convertida em fosfocreatina e pode transferir um grupo de Fosforil do ADP para formação de ATP, aumentando os estoques energéticos intracelulares, desempenhando assim um papel importante na produção de energia mitocondrial. Existem evidências de disfunção mitocondrial na Doença de Parkinson. Assim, o objetivo desse trabalho consiste em fornecer informações que busquem esclarecer o efeito terapêutico da creatina sobre a fisiopatologia da Doença de Parkinson. Para isso, foram realizadas pesquisas de artigos científicos nas principais bases de dados da área de saúde, especialmente Pubmed (U. S. National Library of Medicine), Bireme (Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) e SciELO (Scientific Electronic Library Online), publicados dos anos de 2015 a 2019, sendo utilizados os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): creatina, Doença de Parkinson, fisiopatologia e efeitos
terapêuticos e suas traduções para o inglês. Dentre os estudos incluídos nessa revisão, apenas um encontrou que pacientes tratados com creatina tiveram uma pontuação significativamente melhor em
uma das escalas de avaliação da Doença de Parkinson. Os outros estudos não demonstraram melhora na sintomatologia dos pacientes que utilizaram creatina monohidratada em comparação ao grupo controle. Pode-se concluir que os estudos apresentam limitações metodológicas, e novos estudos devem ser conduzidos para investigação da empregabilidade terapêutica da creatina monohidratada na Doença de Parkinson.