A febre reumática é uma complicação não supurativa da infecção causada pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A. Entre suas principais manifestações destaca-se a cardite, que frequentemente deixa sequelas nas válvulas cardíacas. A lesão mais encontrada e que pode ter complicações mais sérias é a estenose mitral (EM). Essa patologia foi diagnosticada, durante a gestação, em paciente com antecedente de febre reumática, cujo caso é relatado neste trabalho. Contudo, o ideal seria um diagnóstico precoce com avaliação pré-gestacional e planejamento, já que a EM é a principal causa de mortalidade materna. Dada a importância dessa doença, o objetivo do presente estudo foi relatar, a partir de dados obtidos em prontuário, e discutir a evolução de uma gestante com valvopatia secundária a febre reumática durante a gestação. O primeiro internamento da paciente foi devido a dispneia, dor pleurítica, hemoptise, taquicardia e febre, quando foram realizados radiografia de tórax e 2 eletrocardiograma (ECG), com achados sugestivos de sobrecarga biatrial. Admitida na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde realizou Ecocardigrama Transtorácico (ECOTT) com evidência de EM, átrio esquerdo (AE) aumentado, insuficiência tricuspide, hipertensão arterial pulmonar (HAP), aumento e disfunção do ventrículo direito (VD) e trombo em veia cava inferior (VCI). Iniciada antibioticoterapia, por suspeita de Infecção do Trato Respiratório (ITR), anticoagulação, metoprolol, furosemida e digoxina. Realizou tomografia de tórax, a qual descartou tromboembolismo pulmonar e evidenciou ITR com derrame pleural. Após refratariedade do quadro ao tratamento medicamentoso, indicada valvuloplastia mitral com balão em abril de 2018, que foi realizada na 24ª semana da gestação, sem intercorrências, havendo melhora da diferença de pressão das câmaras cardíacas esquerdas. Realizado ecocardiograma transesofágico pré-procedimento, evidenciando dupla lesão mitral e HAP, mas afastou trombo em AE, o qual seria uma contraindicação ao procedimento. Este é mais seguro e benéfico para o feto do que a cirurgia aberta. Em julho de 2018, paciente retorna ao serviço devido a quadro de infecção do trato urinário e piora da dispneia, quando foi internada e feita antibioticoterapia. Recebeu alta com orientação de retorno na 36ª semana para programar o parto. Realizada interrupção da gestação em setembro de 2018, por meio de parto cesárea. Apesar de ter evoluído com complicações, sintomas refratários ao tratamento medicamentoso e consequente necessidade de intervenção durante a gestação, parto aconteceu sem intercorrências, feto nasceu termo com boa vitalidade e ausência de repercussões perinatais. Pelo risco de tromboembolismo no puerpério, recebeu alta hospitalar em uso de anticoagulante cumarínico, com orientação de seguimento ambulatorial. Manteve-se assintomática durante todo o puerpério.
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Tipo De Obra: TCC
Classificação Temática: MEDICINA
Ano: 2019
Cutter: S586v
Publicação: 02-12-2019
Nº Páginas: 19
Autores:
LUCAS HENRIQUE ALVES DOS SANTOS DE ANDRADE LIMA (lucashenrique94@hotmail.com)

RAISSA EMANUELA MELO RODRIGUES DE SOUZA (raissaemrs@hotmail.com)

JANIELLI ASSIS DA SILVA (---)

Orientadores: 
Esp. Alexandre Jorge Gomes de Lucena (Lattes)

Palavras-Chave: 
  • Cardiopatia Reumática
  • complicações
  • Diagnóstico 
  • Gravidez de Alto Risco
  • Terapia;
Keywords: 
  •  Complications
  •  Diagnosis
  •  High Risk Pregnancy
  •  Therapy
  • Rheumatic Heart Disease