A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta a obesidade como um dos maiores
problemas de saúde pública do mundo. A obesidade é classificada como fator de
risco para doenças crônicas, dentre elas, doença cardiovascular, hipertensão,
diabetes mellitus tipo 2, dislipidemia, entre outras. O tratamento farmacológico da
obesidade deve atuar como um coadjuvante, em conjunto com mudanças no estilo
de vida do paciente, adotando uma dieta hipocalórica e praticando atividade física
para a redução de peso. Dentre os anorexígenos a sibutramina é o fármaco de
primeira escolha. O presente estudo tem como objetivo descrever os riscos do uso
indiscriminado da sibutramina no tratamento de pacientes obesos na idade adulta,
ressaltando sua ação farmacológica, apontando os riscos no tratamento com a
sibutramina e as medidas adotadas pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária
para o controle de seu uso, evidenciando a importância da atenção farmacêutica ao
paciente obeso. Como metodologia, realizou-se uma revisão de literatura, a partir do
levantamento de artigos científicos, teses e dissertações sobre o tema nos principais
sítios eletrônicos acadêmicos. Foram selecionados apenas os estudos científicos
que abordavam a obesidade, a síndrome metabólica, o uso da sibutramina e seus
riscos para saúde, com datas de publicação entre 2009 e 2018. A sibutramina é um
fármaco anorexígeno com ação no sistema nervoso central que inibe a recaptação
da serotonina e noradrenalina. Em consequência do aumento da obesidade, a busca
indiscriminada pelo tratamento farmacológico com a sibutramina passou a se tornar
preocupante, pois aumentou o número de pessoas que fazem uso deste
medicamento sem o devido acompanhamento do profissional da saúde. Por vezes,
essa busca está menos ligada à saúde do que à estética, ao perfil do corpo ideal,
sem a devida preocupação com os efeitos adversos do fármaco. E é justamente
essa conduta que poderá resultar em efeitos indesejáveis, trazendo, assim, sérios
problemas para saúde do usuário, em especial aqueles com doenças
cardiovasculares preexistentes. Os riscos associados ao uso indiscriminado da
sibutramina levaram a ANVISA a tomar providencias em relação à sua prescrição e
dispensação, com a implantação das RDCs nºs 13 e 52, de 2010 e 2011,
respectivamente, para maior controle. A sibutramina, que tem ação sistema nervoso
central, tem como destaque alguns efeitos: irritabilidade, ansiedade, náuseas,
taquicardia, nervosismo, insônia, agitação. Alguns destes sintomas podem se tornar
intoleráveis, podendo levar o paciente a interromper o tratamento. O tratamento da
sibutramina deve ser evitado principalmente por pacientes com doenças
cardiovasculares preexistentes.